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  1. Dec 2023
    1. De igual forma, Sartre considera que lo que hace sujeto al hombre es la elección, pues ella nos brinda un mundo de posibilidades y libertades, y nos hace seres indeterminados, ya que no tenemos un fin establecido, sino que por el contrario estamos en esa constante búsqueda del objetivo de nuestra vida, una búsqueda que es originada debido, según Sartre, a la carencia o sensación de que siempre nos falta algo, nos falta comprar, hacer, ser o tener algo, puesto que como no somos en-si, no somos compactos ni completos, sino que somos para-si, estamos sujetos al devenir, somos indeterminados.
    2. En lo que respecta a Albert Camus, quien expone su propuesta de existencialismo a través del mito de Sísifo, la existencia y la vida son absurdas, no tienen sentido, y la función de nosotros en este mundo es justamente dar algún sentido a nuestra existencia mientras llega la hora de la muerte. Para esto, la toma de conciencia sobre el mundo que nos rodea y en el que vivimos es un hecho fundamental, ya que de esta acción se deriva la elección, la posibilidad para elegir algún camino sobre el cual encarrilar nuestra vida.
    1. O filósofo alemão Martin Heidegger afirmava que uma existência autêntica envolve uma liberdade apaixonada em direção à morte. Uma vida com sentido depende, em partes, de um reconhecimento honesto e corajoso da própria finitude, mesmo que isso provoque angústia. Tal consciência do passar inexorável de todas as coisas não apenas nos dá uma melhor compreensão de quem somos, mas também nos deixa mais receptivos ao momento presente.
    2. É necessário considerar também que o fato de algo ser destruído não tira dele seu significado. A existência da morte ou da mortalidade em si não diz nada quanto ao sentido da vida, da mesma forma que um romance não-finalizado também não se torna sem sentido pelo fato de não ter sido completado por seu autor.
    3. A morte só é vista como uma ameaça por aqueles que já estão convencidos de que a vida tem um sentido. Se a vida não tem significado ou propósito intrínseco, então o cessar da vida é um desafio unicamente para a sobrevivência. Sem a falaciosa convicção de que a vida tem um sentido, a morte deixa de ser este absurdo ameaçador.
    4. De que adianta toda a beleza do mundo, conquistas gloriosas e tantos relacionamentos amorosos e se eles terminam na aniquilação total? A falta de propósito que sentimos diante da inevitabilidade da morte pode zombar da existência mais feliz e mais frutífera.

      Não faz muito sentido em relação à Reiko pq ela se sacrifica pelo filho no fim, esse pode ser um bom contra argumento

    5. Se considerarmos que criatividade, amor e serviço à humanidade podem ser fontes de sentido, fica claro que que uma vida pode ter significado e mesmo assim ser infeliz. Há também o risco de este significado endógeno se tornar um mero subjetivismo no qual tudo é válido, de modo que um estilo de vida baseado no consumo de drogas ou no sadismo seria tão válido quanto qualquer outro.
    6. Não se descobre o “sentido da vida” em um momento de grande revelação, mas em momentos nos quais diversos elementos se encontram de tal maneira a nos ajudar a compreender nossas histórias pessoais e coletivas. Estes momentos acontecem em empreendimentos criativos, na apreciação do belo e na euforia da descoberta.
    7. Se tudo é determinado pela matéria, se tudo é uma enorme cadeia de causa e efeito, então não há livre arbítrio e nem responsabilidade moral. Podemos até nos sentir livres, mas isso é apenas uma ilusão, ou o lado subjetivo da questão.
    8. “O que significa, aqui, dizer que a existência precede a essência? Significa que, em primeira instância, o homem existe, encontra a si mesmo, surge no mundo e só posteriormente se define. O homem, tal como o existencialista o concebe, só não é passível de uma definição porque, de início, não é nada: só posteriormente será alguma coisa e será aquilo que ele fizer de si mesmo. Assim, não existe natureza humana, já que não existe um Deus para concebê-la.” (Jean-Paul Sartre, O existencialismo é um humanismo).
    9. O filósofo francês Jean-Paul Sartre afirmava que a existência de um Deus designer escraviza as pessoas a uma essência pré-determinada. Assim como um apontador de lápis é projetado para uma função muito específica, também os humanos, se fossem projetados por Deus, estariam limitados por um projeto, por uma determinada concepção divina. Sartre afirma que, felizmente, Deus não existe e que, por esta razão, não somos artefatos que devem servir a algum propósito. Em sua famosa formulação na obra O existencialismo é um humanismo, ele afirma que “a existência precede a essência”, no sentido de que primeiro o homem existe, está no mundo, e só depois é que se define, que descobre o que é.
    10. Mesmo que o universo fosse apenas um amontado de eventos aleatórios, poderíamos criar sentido a partir dele.
    11. Se Deus é incompreensível aos humanos, como ele poderia ser a explicação última da razão de estarmos aqui ou a justificação última de nossa existência? Dizer que existe uma explicação além de toda capacidade de compreensão humana não é consolo algum para quem busca respostas.
    12. Camus utilizou o mito de Sísifo como exemplo da condição humana. Se não há um objetivo final para nossa existência, se ela é apenas um amontoado de tarefas uma atrás da outra, então nossa vida é exatamente como a de Sísifo.
    13. A experiência cotidiana nos ensina que toda causa tem um efeito, e quando voltamos este princípio de causação para nós mesmos, buscamos identificar não apenas nossa causa material – como viemos a existir e possuir um corpo -, mas também a causa final, a razão de estarmos aqui. Enquanto seres humanos, tentamos encontrar padrões e finalidade em todas as nossas atividades, de modo que sempre que criamos um objeto, por exemplo, o fazemos tendo em vista algum propósito, tal como um lápis a fim de escrever e uma panela para cozinhar. Consideramos então, por analogia, que caso sejamos artefatos de um Criador, Ele deve ter nos criado tendo algum plano em mente, de modo que surge a questão: se existe mesmo um Deus, com qual propósito Ele nos criou?

      p

    14. Enquanto naturalistas, acreditam que a condição humana não possui um sentido intrínseco ou abrangente, de modo que lhes restaria encontrar outros tipos de sentido ou significado mais compatíveis com sua visão de mundo.

      [os ateus]

    1. Todos nós temos uma história. Ela é única e diferente de qualquer outra.  Ela existe antes mesmo do nascimento e é alimentada pelo contexto familiar e social, desejos dos pais, relações com aqueles que cuidam e protegem. Todos nós temos uma origem, pertencemos a algum grupo, fazemos parte de uma cultura. Esses elementos compõem nossa identidade e nos oferecem referências para construir projetos de futuro.
    2. O ser humano está em uma busca incessante por sua história. A investigação acerca das origens se faz presente desde a mais tenra idade. De onde eu vim? Como nasci? Quem é a minha família, quem são as pessoas a quem estou ligado? Para onde irei?
    1. Como será que um ser resultante de um processo evolucionário norteado por esse tipo de propósitos compreenderá a si mesmo e agirá no momento hipotético em que adquirir consciência?

      O autor parte de um princípio diferente, mas é um questionamento interessante. Como seria a consciência dos parasitas? Teoricamente, as consciências da IAs seguiriam o propósito de seus criadores, mas n temos como aplicar isso aos parasitas. A consciência da Reiko é bem similar à humana. Poderia ser por conviver com humanos ou por habitar o corpod e uma humana?

  2. Nov 2023
    1. pulsão de morte.

      q porra é essa??

    2. Lacan desvincula o supereu da proposta freudiana de herdeiro do complexo de Édipo, situando-o não mais como moral, o que propunha Freud, mas como amoral, um agente da pulsão de morte que impõe somente uma ordem: goze! Assim, para o supereu tanto faz se o sujeito goza obedecendo à lei ou transgredindo-a.
  3. Oct 2023
    1. É um pouco como tento viver, em certos aspectos: sem julgar, apenas observando a realidade como ela se apresenta.A realidade não carece da minha aprovação ou reprovação. Ela simplesmente é. Eu simplesmente a percebo.
    2. Assim, diante do adultério ou do incesto, por exemplo, a moralidade os ataca, a imoralidade poderia defendê-los e a amoralidade apenas os vê como são. Sem chocar-se.
    1. Ué, mas todo mundo faz!', e com isso livrar-se do peso da culpa.
    2. contou, tranqüilamente, que copiava os textos desta coluna e os colava em espaço próprio, surrupiando a autoria. O amoral contou a história e ainda esperou por uma resposta de tolerância, um 'deixa pra lá' displicente. Não obteve. Indagado e informado da seriedade do ato, veio com a frase suprema da amoralidade: 'Ué, mas todo mundo faz!'.
    3. O que é preocupante, isto sim, é a negação do jogo. É a vó e a neta paulistanas confessando abertamente na mesa do jantar, em discreto contentamento pelo momento de cumplicidade de gerações: 'Ele rouba, mas faz'.
    4. A imoralidade tem cura. A amoralidade não. O imoral planeja, sorrateiramente, a fraude ao credor. Franze a testa sob o risco de ser apanhado e anda às espreitas, com desculpas na manga para o caso de ser pego. Não nega o sistema, apenas tenta superá-lo vez ou outra, num momento de distração. Mas não o ignora nem lhe dá de ombros. Procura apenas derrotá-lo, aproveitando-se de suas falhas intermitentes.
    5. Amorais estão entre os piores do pior da espécie humana. Não porque sejam os mais maldosos. Não são. Amorais são até dóceis. Mas são piores que os imorais, porque amorais são incorrigíveis. Pior, não contam com antídoto.
    6. O problema nacional não é a imoralidade congênita, e sim a amoralidade patológica
    1. O que temo é a ideia de que seria melhor não ter moral alguma do que alguma moral que impeça a alguma liberdade.
    2. Qual o medo de termos uma sociedade regida por robôs, algo tão apresentado nos filmes de terror futurísticos? Eles nos matam porque não sentem nada. São amorais, portanto.
    3. inúmeras pessoas que matam outras, que roubam e violentam outras pessoas. Muitos deles dizem literalmente: tanto faz! Estes amorais (pelo menos em relação ao crime) não veem problemas em matar o outro, pois não percebem no outro valor algum. Cabe aqui os políticos amorais. Acredito que a liberdade moral de escolher não aceitar moral alguma, é um equívoco perigoso.
    4. Vamos imaginar um sujeito totalmente neutro em relação aos valores sociais/culturais. Se isso fosse possível, teríamos um sujeito amoral. Suas escolhas seriam feitas de forma não relacionada à moral, aos valores do certo e do errado construídos pelas civilizações.
    1. Quando não há lei que defina que algo é moral e ou consequentemente imoral, portanto, a falta de uma definição de algo que gera senso de repulsa, de erro, engano, coloca o ato nesta categoria. E quem o pratica é amoral por definição de termos, mas não faz quem o pratique inocente, por ser um ato consciente
    2. Quando há a incapacidade intelectual, seja esta por questões de insanidade mental, ou por ser incapaz, por causa de sua idade imatura, como no caso de um bebê, um recém-nascido ou ainda um idoso, cuja idade lhe tenha tirado a capacidade mental, portanto, incapaz de julgamentos por não poder utiliza da razão para fazê-lo
  4. Sep 2023
    1. Cabe chamar atenção, antes de mais nada, para o fato de que, segundo a teoria piagetiana, sem que se estabeleçam trocas com o meio não há nem conhecimento nem ética possíveis.
    2. Segundo Piaget, um indivíduo tem personalidade quando elabora seu projeto de vida e age de forma coerente com os ideais que ele mesmo escolheu para si: "... dir-se-á, por exemplo, que um homem tem uma forte personalidade, não quando ele conduz tudo a seu egoísmo e permanece incapaz de se dominar, mas quando ele encarna um ideal ou defende uma causa com toda a sua atividade e com toda a sua vontade" (p.94). A individualidade vem a ser personalidade, na medida em que o eu renuncia a tomar o seu próprio ponto de vista como absoluto e insere a sua perspectiva particular no conjunto das perspectivas possíveis: "a personalidade é então uma síntese sui generis daquilo que há de original em cada um de nós com as normas da cooperação"(Piaget, 1965/1977, p.245). É somente em uma relação de respeito mútuo entre personalidades autônomas que é possível, simultaneamente, a diversidade e a igualdade. Para Piaget, somente um indivíduo que tenha uma personalidade autônoma - "... o produto mais refinado da socialização" (p.245) - é capaz de ação moral.
    3. Uma pessoa que não compreenda o princípio de contradição não pode ser ética; falta-lhe a condição a priori para sê-lo. Esse princípio, conforme demonstrou, é construído pelo sujeito nas trocas com o meio e, do ponto de vista psicogenético, aparece simultaneamente no pensamento e na ação: o primeiro torna-se lógico; a segunda, moral.
    4. A cooperação, ao contrário da coação social, não determina o conteúdo das normas e dos valores que devem ser observados; uma relação de respeito mútuo não impõe senão a norma da própria reciprocidade, que obriga cada um a se colocar no ponto de vista do outro.
    5. Na medida em que as trocas sociais são estabelecidas também com outras crianças (e não apenas com os adultos) e que a criança passa a ver os adultos como seus iguais (e não mais como superiores), desenvolve-se, ao lado da coação social, uma outra forma de relação inter-individual: a cooperação. Piaget chamou de cooperação "...toda relação entre dois ou n indivíduos iguais ou que se percebem como iguais, ou seja, toda relação social na qual não intervém nenhum elemento de autoridade ou de prestígio" (Piaget, 1965/1977, p.226).
    6. Em função dessa diferenciação, é possível que os afetos, até então ligados à atividade própria (o prazer e a dor; o agradável e o desagradável), e os sentimentos elementares de sucesso e de fracasso, de alegria e de tristeza dêem origem aos sentimentos inter-individuais.

      Essa diferenciação: sujeito - objeto

    7. Todavia, não se pode falar em moral sem a existência de normas: "toda moral consiste em um sistema de regras, e a essência de toda moralidade deve ser buscada no respeito que o indivíduo adquire por essas regras" (p.1).
    8. a moralidade está enraizada nas ligações afetivas que se estabelecem entre os indivíduos: "... a condição primeira da vida moral [é] a necessidade de afeição recíproca" (Piaget, 1932/1992, p.138).
    9. como a partir do mundo amoral da criança pequena é possível ao homem agir eticamente. Ele herdou sobretudo de Bovet (1912) a idéia de que o estabelecimento de trocas inter-individuais é condição necessária para que esse processo evolutivo se concretize.
  5. Apr 2023
    1. O artigo objetivou, nesse aspecto, apresentar o cuidado maternal como algo desvinculado da mulher, o que permite que familiares em geral participem no desenvolvimento da criança com cuidados semelhantes, o que contribui para diminuição da sobrecarga que as mulheres mães possuem principalmente no primeiro ano de vida do bebê.
    2. Dessa forma, conforme Badinter (1985), o amor é um sentimento humano como qualquer outro sentimento – medo, raiva, felicidade, etc. -, logo não decorre no simples fato biológico de gerar filhos. Assim, sendo um sentimento humano, é imperfeito em sua existência, logo pode existir, pode não existir, pode aparecer ou desaparecer, pode estar presente em maior ou menor intensidade. O amor materno é construído na convivência com os filhos, é conquistado.
    3. Ainda há uma cobrança muito agressiva do que significa ser mãe e qualquer desvio de rota é mal visto.
    4. Eu não amo ser mãe em uma sociedade que reserva a mim o papel de cuidadora inata, de Maria, de culpada.
    5. A questão que surge é: o que é ser mãe? Se no decorrer do artigo buscamos demostrar que ser mãe é uma construção social, dependente da cultura e da sociedade na qual está mulher está inserida
    6. Maria Berenice Dias9 que as mulheres permanecem reféns da visão sacrossanta da maternidade, que é considerada social e culturalmente como uma missão feminina, falando inclusive de “instinto maternal”. Essas são visões que retiram das mulheres a condição de pessoas capazes de tomar decisões acerca da própria vida. Assim, conforme Berenice, as mulheres não possuem ao menos o livre arbítrio para decidir se desejam ou não ter filhos, o que se confirma com a tentativa de proibição do uso de métodos contraceptivos10 e com a criminalização do aborto.
    7. puerpério

      pós gestação até a primeira menstruação. O corpo da mulher vai voltando ao normal após a gravidez e além dessas mudanças físicas tb sofre com mudanças emocionais e psicológicas

    8. Stevens7, “a multiplicidade da mulher está presente na figura da mãe”. Cada uma dessas mães defronta-se com novos questionamentos e novas realidades, sendo que delas se exige a adequação àquele cuidado maternal padrão advindo de discursos do século XVIII e início do século XIX. Todavia, a realidade individual de cada uma dessas mulheres faz com que lhes seja inviável essa adequação a um papel padrão de maternidade
    9. O papel de filho bem como o papel de mãe são frutos das práticas sociais. Assim, não é natural à mulher os cuidados maternos ou as funções atribuídas como tipicamente femininas. Por tal razão, não é desvio ou patologia a condição da mulher que se nega a ser mãe, ou melhor, que renúncia ao papel de mãe.
    10. cindida

      separada

    11. Na mesma medida em que as responsabilidades da mulher aumentaram com a assunção do papel de mãe também se aumentou a valorização do devotamento e do sacrifício feminino em detrimento dos filhos e da família
    12. Segundo tal discurso, esse seria o papel natural das mulheres e, portanto, a forma adequada de cuidado dos filhos, pois apenas a mulher era capaz de gestar e parir, sendo da natureza feminina a educação e os cuidados com a prole.
    13. com a ascensão da burguesia, há um deslocamento da autoridade paterna ao amor materno devido ao fato de a nova ordem econômica impor como imperativo, entre outros, a sobrevivência das crianças. Dessa forma, após 1760, houve a exaltação ao amor materno como um valor natural e social, favorável tanto a espécie como a sociedade, o qual incentivava a mulher a assumir os cuidados da prole.
    14. produção da subjetividade a forma pela qual os indivíduos percebem o mundo e apreendem sistemas de valores e sistemas de submissão, os quais modelam seus comportamentos, sua percepção, sua memória, sua sensibilidade e a forma como se relacionam2.
    15. Por muito tempo a maternidade foi concebida como função tipicamente feminina relacionada a natureza da mulher. Todavia, diversas revisões históricas a respeito da instituição familiar indicaram que é recente a exaltação ao amor materno, tratando-se de um mito construído pelos discursos filosófico, médico e político a partir do século XVIII.
    16. Assim, segundo Badinter (1985) o amor materno é um comportamento social, variável de acordo com a época e os costumes. A partir desse ponto, a questão que surge é como ressignificar a maternidade hoje.